Impacto de medidas de isolamento na propagação da infeção
Neste estudo, os autores desenvolveram um modelo matemático da infeção pelo COVID-19 na Europa com dois objetivos principais:
(1) Para fornecer estimativas para o número real de indivíduos infetados, e
(2) Para avaliar se as medidas de isolamento levadas a cabo por diferentes países foram eficazes na redução da velocidade da propagação da doença e no número de mortes causadas pela mesma.
Os autores utilizaram o número reportado de mortes em cada um de 11 países Europeus como principal contribuição para o seu modelo. Os autores utilizaram então estimativas existentes das taxas de mortalidade e do intervalo de tempo entre a infeção e a morte para inferir o número total de casos em cada país. Além disso, ao permitirem que o número de novos casos dependesse de uma medida de quão rapidamente a doença se propagou, também conseguiram inferir sobre como as intervenções governamentais afetam a propagação da doença. Os resultados sugerem que o número real de casos estimados é superior ao reportado, por mais de um fator de 10 em vários países. Em Itália e Espanha, estima-se que 10-15% da população esteja infetada. Ao mesmo tempo, os resultados sugerem que as intervenções governamentais foram eficazes na redução da propagação da doença, especialmente o confinamento total e o fecho de escolas.
Ao simular como a doença teria progredido na ausência de intervenções, os autores estimaram que muitos milhares de vidas por toda a Europa foram salvas devido a estas intervenções. Por exemplo, só entre Itália e Espanha (os dois países onde as estimativas do modelo são mais fiáveis devido à doença ter progredido mais) foi estimado que se evitaram mais de 50.000 mortes até ao final de Março.
Cientista autor deste texto: Alfonso Renart (CF)
Tradução: Catarina Saboga
Artigo científico