Dois Cientistas COLife recebem bolsas do Conselho Europeu de Investigação

Parabéns aos seis cientistas em Portugal que irão receber as prestigiadas bolsas de início de carreira do Concelho Europeu de Investigação (ERC, do inglês European research council). Duas destas bolsas foram atribuídas a cientistas que estão a desenvolver os seus projetos de investigação em Institutos que pertencem à aliança COLife. Albino Oliveira-Maia Centro de Investigação da Fundação Champalimaud e Elias H. Barriga do Instituto Gulbenkian de Ciência foram premiados com bolsas ERC de início de carreira para desenvolverem a sua investigação nos campos da neurobiologia do comportamento alimentar e migração celular, respetivamente.
08 set 2020

ERCO Concelho Europeu de Investigação anunciou a lista dos vencedores das bolsas de início de carreira (Starting Grants) de 2020. Este financiamento europeu altamente competitivo seleciona cientistas no início de carreira com propostas de projetos investigação excecionais para desenvolver nos seus grupos de investigação formados recentemente.

Esta lista inclui Elias H. Barriga, investigator principal no Instituto Gulbenkian de Ciência, que irá receber 1.8€ milhões, e Albino Oliveira-Maia, psiquiatra e neurocientista no Centro de Investigação da Fundação Champalimaud, irá receber 1.5€ milhões, e é o primeiro médico em Portugal reconhecido por esta prestigiada bolsa.

Instituto Gulbenkian de Ciência – MOVE_ME

Elias H. Barriga, investigador principal do Instituto Gulbenkian de Ciência, lidera o grupo de investigação de Mecanismos da Morfogénese, centrado no estudo da migração celular coletiva direcionada, isto é, o movimento coordenado de um grupo de células durante a sua viagem nos tecidos, guiado por sinais externos. Esta função migratória é essencial para um grande número de processos que vão desde o desenvolvimento embrionário, à reparação de tecidos ou à metastização do cancro. Apesar da sua grande relevância biológica, os mecanismos que guiam a migração celular coletiva direcionada no seu ambiente nativo são ainda pouco conhecidos.

Com a atribuição da ERC Starting Grant, Elias, e a sua equipa, pretendem compreender melhor a forma como as células migram nos ambientes complexos dos nossos corpos. Nestes ambientes, as células precisam de sentir e responder a múltiplos sinais de natureza bioquímica e biofísica, mas o efeito recíproco entre estes sinais está ainda pouco caracterizado.

“É de particularmente relevância para a nossa investigação o mecanismo através do qual estes sinais bioquímicos e biofísicos são integrados para garantir uma migração celular coletiva direcionada que seja coerente”, explica Elias Barriga. Com a ERC StG “o nosso grupo espera conseguir trazer perspectivas únicas para as mais diversas disciplinas, especialmente para o desenvolvimento embrionário e o estudo de malformações congénitas, assim como para o estudo do cancro e da regeneração”.

Champalimaud – CalorieRL

Albino Oliveira-Maia, director da Unidade de Neuropsiquiatria do Centro Champalimaud, recebe uma Starting Grant do ERC para continuar a sua exploração inovadora sobre a comunicação entre os sistemas digestivo e nervoso.

Recentemente, Oliveira-Maia e a sua equipa identificaram um eixo digestivo-cerebral capaz de controlar a escolha alimentar em ratinhos. O seu trabalho revelou um mecanismo de aprendizagem orquestrado pelos sistemas digestivo e nervoso que leva os animais a procurar ativamente certos alimentos.

Neste novo projeto, denominado CalorieRL, Oliveira-Maia e o seu grupo irão, com base nas suas descobertas, investigar a escolha alimentar em humanos. Afinal, se o nosso intestino é capaz de dizer ao cérebro qual é o alimento mais nutritivo, porque é que muitas vezes não o ouvimos? Quão audível é esta mensagem? E quão diferente é o seu nível de indivíduo para indivíduo? O objetivo deste novo projeto é assim esclarecer como, e porquê, escolhemos os alimentos que ingerimos, o que pode contribuir de alguma forma para a contínua batalha contra a obesidade.

“Com este financiamento, teremos oportunidade de realizar em humanos, e com recurso à mais moderna tecnologia, medições e análises do comportamento e da atividade cerebral em simultâneo. Isto permitirá expandir o nosso programa de investigação sobre o controlo visceral de recompensa alimentar e responder a perguntas que não podem ser abordadas na investigação em modelos animais.”, explica Oliveira-Maia. “Realizar algumas destas experiências em humanos é dispendioso mas esperamos com o nosso trabalho poder contribuir de forma significativa para resolver problemas relevantes para a saúde humana e a medicina.”

Champalimaud Research IGC

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